Francisco Vidal - Sem Título, 2025 - Técnica mista s/papel - 83x59cm
Nota: moldura com vidro museu/UV70 com 97x72cm
Francisco Vidal
Francisco Vidal é um artista plástico contemporâneo nascido em Lisboa, em 1978, filho de pai angolano e mãe cabo-verdiana. A sua obra é profundamente marcada por temas como identidade, diáspora africana, herança colonial e movimentos de libertação. Vive e trabalha entre Luanda e Lisboa, refletindo nas suas criações a complexidade das suas raízes e experiências multiculturais.
Vidal licenciou-se em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha e completou um curso avançado em Artes Visuais na Escola Maumaus, em Lisboa. Posteriormente, obteve o mestrado em Fine Arts pela School of Visual Arts da Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Desde 2005, expõe regularmente em cidades como Lisboa, Luanda, Paris, São Tomé, Joanesburgo, São Paulo, Londres, Macau, Lagos e Santiago do Chile.
A obra de Francisco Vidal destaca-se pelo uso expressivo de cores vibrantes, linhas caligráficas e influências que vão desde o cubismo e graffiti até à arte urbana e cultura hip-hop dos anos 80. Utiliza suportes diversos, como papel, tela e até catanas, transformando-os em instalações de grande escala. A sua prática artística é profundamente política, abordando questões relacionadas com o colonialismo, a diáspora africana e a mobilidade internacional.
Utopia Luanda Machine (2014): Apresentado na 56.ª Bienal de Veneza, no Pavilhão de Angola, e na Expo Milão, este projeto reflete sobre a utopia e a construção de identidades pós-coloniais.
Workshop Maiana Mutamba (2015): Exposição em Londres que utiliza catanas como suporte para pinturas de flores de algodão, referenciando o massacre da Baixa de Cassanje, um marco na luta pela independência de Angola.
Água e Luz (2014): Mostra em Luanda que explora elementos essenciais da vida através de desenhos a tinta-da-china e pinturas a óleo sobre catanas, simbolizando a revolução industrial angolana.
Paisagens Contemporâneas (2019): Projeto desenvolvido para a feira AKAA em Paris, onde criou um espaço imersivo com retratos de 60 artistas africanos contemporâneos, destacando a diversidade e riqueza cultural do continente.
Além da sua prática artística, Francisco Vidal demonstra um forte compromisso social. Em 2020, criou uma coleção de 99 t-shirts únicas, cujo valor total das vendas foi doado à família do ator Bruno Candé, vítima de um crime racial em Lisboa.
As obras de Vidal integram várias coleções públicas e privadas, como a Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação PLMJ e Coleção Sindika Dokolo. É representado pela galeria THIS IS NOT A WHITE CUBE e tem sido destacado como uma das vozes mais relevantes da arte contemporânea africana e lusófona.